Roteiro de estudos 8º anos.
2º Bimestre ( Lote nº 2).
Período (06/07/20 - 20/07/20).
Olá turminha!
Para início de conversa confiram as manchetes.
As contradições na luta contra o racismo nos Estados Unidos
Contextualização.
Falar de preconceito é um tema extremamente complexo e polêmico. No entanto esta discussão se faz necessária, principalmente quando se envolve questões ligadas aos afrodescendentes. Alguns são a favor da causa e outros não. Por conta destas discussões iremos avaliar e estudar o tema com um pouco mais de profundidade. O racismo é mundial e mais sensível do que imaginamos. Suas origens são estruturais, de um passado não tão obstante que deixou suas marcas na atualidade. No caso do Brasil a colonização foi estruturada no trabalho escravo que estavam presentes nas mais variadas atividades econômicas e sociais e era comum a seguinte frase: " Os escravos eram as mãos e os pés dos fazendeiros. Dentro desta perspectiva do currículo paulista e principalmente do currículo da vida iniciaremos a seguir algumas reflexões acerca deste tema urgente.
Situação nº 1 - Brasil : A colônia que virou reino ( caderno do aluno páginas 52 - 53, atividade 8 ).
Do escravizado antigo ao escravizado contemporâneo: contrapontos e convergências.
- Unidade temática: Lógica comerciais e mercantis da modernidade.
- Objeto (s) de conhecimento: As lógicas internas das sociedades africanas. As formas de organização das sociedades ameríndias. A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
- Habilidade (s) da BNCC: EF07HI15 discutir o conceito de escravidão moderna e suas distorções em relação ao escravismo antigo e á escravidão medieval.
- Palavras-chave: Escravidão moderna, servidão medieval, escravidão antiga, racismo contemporâneo.
Contexto.
Lollapalooza | Organização será denunciada por trabalho análogo à escravidão.
Folha de S. Paulo entrevistou moradores de rua que receberam R$ 50 para montagem de palcos.
JULIA SABBAga 08/04/2019.
A organização do Lollapalooza será denunciada pelo Sated-SP (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo) por recrutar trabalhadores em situação análoga à escravidão, segundo a Folha de S. Paulo.
A denúncia será feita ao Ministério Público do Trabalho, e se baseará em situações reveladas pelo próprio jornal, em que moradores de rua foram recrutados para montagem dos palcos, trabalhando por 12 horas por R$ 50 reais. De acordo com a CLT, o salário pela jornada de um dia de trabalho, de 8 horas, é de R$ 38,80. Com pagamento de horas extras, por 12 horas, o salário ficaria em torno de R$ 68.
As denúncias à produtora T4F não são novas; em 2018, também para a montagem do Lollapalooza, a empresa foi acusada de empregar trabalhadores em situações vulneráveis, sem contrato, e fornecer um ambiente de trabalho sem banheiros.
A reportagem da Folha que revelou a situação dos trabalhadores (
leia aqui) divulgou que os empregados não tinham contrato e dormem em abrigos para adultos.
A Procurada pela reportagem da Folha de S. Paulo, a T4F ainda não se pronunciou sobre a ocorrência.
Por que o festival foi denunciado por trabalho análago á escravidão?
Como é caracterizado um trabalho análago a escravidão?
Contexto.
Descrição da fonte:
A fonte em questão se trata de uma arte de rua, um grafite que denuncia a escravidão em forma de arte. Abre a diferentes interpretações e pode ser trabalhada em suas cores, imagens e texto. Trata-se de uma imagem mostrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alertar sobre as vítimas de trabalho escravo no mundo e lembrar do dia 2 de dezembro como o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, instituído como forma de conscientizar a população a nível global sobre as diferentes formas de escravização, como: o tráfico de pessoas, as condições insalubres de trabalhadores,
a exploração sexual, o trabalho infantil, o casamento forçado, o recrutamento forçado de crianças para uso em conflitos armados, entre outras formas análogas à escravidão.
Para você saber mais:
ONU. Mais de 40 milhões de pessoas ainda são vítimas de trabalho escravo no mundo. Organização das Nações Unidas - BR, 6 de dezembro de 2018. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/mais-de-40-milhoes-de-pessoas-ainda-sao-vitimas-de-trabalho-escravo-no-mundo/ >. Acesso em: 18 mar. 19.
Observe a imagem do slide anterior e responda:
- Por que o grafite diz a frase: "Não esta á venda." ?
- Qual a expressão da pessoa representada no grafite?
- As flores saindo da parede pode representar algo em relação a esta temática?
- O que vc entende por escravidão?
Descrição da fonte:
Trata-se de um mosaico romano que retrata o cotidiano dos cidadãos romanos e dos escravos, que são os que estão no plano da frente da imagem, dois carregando vinho e o outro carregando um jarro de flores. Para pensar na escravidão romana, especificamente, já que historiadores tratam de forma diferente a grega, Guarinello (2006) utiliza-se do conceito de morte social de Patterson ao entender a escravização como um processo de morte simbólica, ”no qual o escravizado perde sua identidade original, sua pessoa, para tornar-se quem seu senhor determinar. Mas não se transforma, neste processo, numa coisa, a despeito de como o direito tente definir sua persona social. Pelo contrário, é ressocializado dentro da sociedade em que nasceu ou que o escravizou, seguindo trajetórias determinadas, tanto pelos desejos e necessidades de seu dono como por suas próprias capacidades e oportunidades individuais. Sociedades diferentes estruturam trajetórias distintas para seus escravos e, no mundo romano, estas trajetórias eram bastante amplas, ao menos potencialmente. Um escravo, ao nascer ou ser adquirido, entrava na casa de seu senhor, onde adquiria um nome e uma função. Podia ser destinado a trabalhar nas minas, talvez o pior dos destinos, ou podia ser mandado para uma propriedade rural, onde trabalharia muitas vezes acorrentado, distante e esquecido por seu senhor, num ambiente essencialmente masculino e organizado militarmente. Já os escravos urbanos tinham trajetórias mais abertas. Podiam ser treinados em ofícios específicos e, muitas vezes, estabelecer-se independentemente, pagando uma taxa a seu dono. Podiam trabalhar na residência de seu senhor, ganhar sua confiança e passar, por exemplo, a administrar seus negócios, a gerir suas propriedades agrícolas, a comerciar em seu nome. Como ponto final da trajetória, podiam obter sua alforria, tornarem-se libertos e, até mesmo, cidadãos romanos, ainda que carregando a mancha da escravidão, da qual só seus filhos se libertariam plenamente”. (GUARINELLO, 2006, p. 232)
Fonte:
RADIGUE, Pascal. Mosaico romano de Duga, Tunísia (século II). Wiki Commons, 31 de dezembro de 2000. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_na_Roma_Antiga#/media/File:Mosaique_echansons_Bardo.jpg>. Acesso em: 18 mar. 19.
Descrição da fonte:
Trata-se de uma iluminura do manuscrito árabe Magamat al-Hariri. Esta coletânea traz elementos do cotidiano do mundo muçulmano e árabe, e principalmente as trocas comerciais, importante para entender suas lógicas comerciais. Nesta figura já se representa um mercado de escravizados, ou seja, o início de uma visão do escravizado como propriedade, apesar de não ser algo vitalício, nem determinante para a vida do mesmo. Seguindo a lógica do tráfico transatlântico, os árabes também escravizaram um grande número de negros e estrangeiros, com o diferencial de ser sua maioria do norte da África, geograficamente mais próximo do Oriente Próximo e do domínio árabe e muçulmano. Uma das características da escravidão árabe-islâmica era a presença de eunucos, caracterizados por ser castrados e incumbidos de ser guardiões dos haréns dos sultões, e conselheiros próximos dos chefes; estes escravizados alcançavam alto preço no mercado muçulmano (SOUZA, 2012, p. 48).
Fonte:
Problematização.
Descrição da fonte:
A fonte em questão é um desenho de Augustus Earle e gravura de Edward Finden, representando o Cais do Valongo no Rio de Janeiro, porto e também mercado de escravizados no Brasil, onde recebia-os e vendia-os, prática comum nos séculos XVII, XVIII e XIX. Neste período, a escravidão era uma prática comercial e lucrativa tanto para os traficantes portugueses, quanto para os senhores de engenho, para o trabalho nas minas e depois, ainda, nas fazendas de café, mesmo que estas últimas tenham ocorrido no final da escravidão legalizada no Brasil. Segundo o banco de dados sobre o tráfico de escravizados foram desembarcados cerca de 5,8 milhões no Rio de Janeiro entre 1758 e 1831, contando todos os portos em que houve o desembarque.
Fonte:
- Quais fontes você achou mais semelhante uma a outra? porque?
- Como os escravizados estão retratados nas Fontes 1,2, e 3?
- Quando uma pessoa se torna escravizada?
- Houve diferenças entre a escravidão retratada na primeira fonte para as outras duas? Qual é a principal?
- O que você faz em um mercado? Seus responsáveis escolhem um produto com base em quais preferências?
Sistematização ( conclusão).
Atualmente, situações semelhantes á escravidão ainda existem, mas acontecem de diferentes maneiras, como: na exploração do trabalho infantil; nas péssimas condições de trabalhos ás quais os trabalhadores são expostos e no tráfico de pessoas para fins ilegais.
Vamos pensar: De que forma podemos relacionar estas práticas citadas acima com as práticas que estudamos ao longo desta situação de aprendizagem? Escreva as diferenças e semelhanças que podem ser observadas. Conversem com os colegas e responsáveis acerca deste tema e juntos construam uma argumentação sólida e embasada.
OBS: O período para realização destas atividades é de 06/07/020 - 20/07/20.
Não é necessário copiar os textos, só os títulos e as perguntas.
Ao término das atividades, dia 20/07/20 as respostas no enviar no e-mail:
maurosilva@prof.educacao.sp.gov.br
Bons estudos!